Uma duquesa quase perde a compostura!
Empregada de mesa\balcão tem sempre de recorrer a uma postura que, muitas vezes, nem é a que se encontra disponível para exercer... Ultimamente, tenho andado de sorriso amarelo! Entre bebedeiras, gente chata, gente sem saber estar e maltinha apressada, a vontade de mandar um gritinho e pedir-encarecidamente-que determinadas pessoas se desloquem, voluntariamente, a um "certo sitio" é uma constante. Eu tinha prometido a mim mesma que este seria um trabalho temporário. E cá estou eu. Três anos depois. A chamar esta gente de "família" e a custar cortar as amarras. Mas, a paciência não é mais a mesma. Ter clientes a comentarem sobre o nosso rabo transcende-me. Ter clientes a tentar ser atendidos à frente de outras 5 pessoas irrita-me. Ter clientes que julgam que somos escravas deles provoca-me urticária. Ter clientes que exigem que estejamos mais 2 horas a trabalhar para eles beberem uma cervejinha aquece-me o cérebro. Baterem com a moedinha no balcão enquanto não são atendidos começa-me a dar vontade de lhes arrancar a mão e ficar com a moeda (eu sou pobre, sim? E na prisão 1euro deve de me dar jeito). Berrarem ao fazer pedidos enquanto estou a atender outras pessoas provoca-me uma azia que me apetece colocar o avental no balcão e gritar que não sou Deus, enquanto peço ao Criador que perca os moldes destes clientes na casa de Lúcifer depois de um dia de jogo e bejecas. Atirarem as cascas dos amendoins para o chão faz-me imaginar a pegar nas cabecinhas dessa gente e enfiá-las no chão enquanto limpam as migalhinhas uma a uma (só para as verem bem!). Ver que nem acertam no urinol... Bem, esse nem vou comentar! Iriam pensar que estou a tornar-me numa psicopata. Ou será que estou?
A única coisa que me aquece a alma é poder beber um cafézinho quando me apetece e ter os mimos das minhas velhotas quando faço as manhãs... Que Deus as conserve muitos anos que eu ainda preciso delas para não assassinar ninguém!