Tal pai, tal filha...
A partir da minha adolescência a minha mãe começou a queixar-se de que eu era tal e qual o meu pai. (Na altura pensava que seria por ainda não ter peito.) A verdade é que as comparações continuaram. Temos um feitio parecido, sim! Mas há uma particularidade que me faz mesmo ser filha do meu pai! (O peito já cresceu, obrigada!)
Numa das noites de festa da aldeia, eu e a minha vizinha e amiga estávamos sentadas nas escadas de casa dela que são mesmo ao lado do portão da minha. Ao longe vemos um indivíduo a andar meio torto e a dirigir-se para minha casa... o meu pai! Ora, ele chega e não nos vê, vai direito ao meu cão e conversa, fala, discursa, acarinha, aconselha, ralha, etc. Sobe as escadas mas volta para trás para se despedir dele. E nós perdidas de rir, obviamente! Mal eu saberia que, uns anos mais tarde, era eu quem viria da festa a cambalear com a minha vizinha. Cada uma vai para sua casa. Mas não antes sem ter uma longa conversa com o meu ''mais velho'', de me despedir dele e de lhe desejar uma boa noite... e a minha vizinha a assistir deliciada ao momento ternurento!
A verdade é que tanto eu como o meu pai nos tornamos ainda mais confidentes dos animais quando o ''copo'' ataca!
A prova é que ainda hoje sou gozada por ter andado a rebolar no chão molhado com a cadela do meu melhor amigo e a conversar com ela como se estivesse num diálogo!
Espero que isto nunca me aconteça com outros tipos de animais... embora já tivesse havido alturas em que telefonei a alguns!
Confesso que sou imensamente sociavel quando estou ''atravessada'' (é raro mas às vezes acontece). Adoro toda a gente! Mas, sou demasiado sincera... Um dia vou contar-vos mais um pouco do meu outro "eu".