Patrão vs Funcionário
Há anos que ouço a velha ladainha do "duro que é ser patrão".
Há anos que vejo e ouço patrões afirmarem, convictamente, de que é necessário "vestir a camisola".
Tudo bem. Tudo certo, até aqui. Temos o dever de ajudar a manter o posto de trabalho, desde que o mesmo não se sobreponha à sua saúde física e mental, e claro, desde que se cumpram os direitos e deveres de todos.
Desde que ingressei no mercado de trabalho que vejo a autoridade com que patrões manipulam a vida pessoal dos funcionários. Fazer horas, todos já fizemos, fazemos e/ou faremos. Mas, todos temos o direito a dizer um "não" sem sermos humilhados, sem ouvir bocas e piadinhas como se a vida fora do trabalho não fosse de seu direito, simplesmente existir.
Ficar doentes, todos ficamos. No meu caso, sempre fui trabalhar doente porque nunca quis prejudicar os meus colegas com excesso de trabalho... Mas, não seria a mim que me competiria pensar nisso! Nenhum funcionário deveria de se sentir na obrigação de assegurar trabalho aquando não se sente bem. Essa função cabe a quem gere.
E férias/folgas?! A dificuldade em ter férias ou a culpa que certos patrões colocam nos funcionários, simplesmente, por irem de férias e/ou terem as suas folgas?!
Continuamos a ouvir coisas como "tens de assegurar isto como se fosse o teu negócio". Não o é! O funcionário tem de fazer o seu trabalho e ponto.
Deveres, temos! Direitos?! Também temos!!! (e temos vida pessoal fora do trabalho)
O assédio existe, é praticado em MUITOS locais de trabalho. (E não, o assédio não é somente sexual!)
Infelizmente, é difícil apresentar queixa sobre o mesmo. As pessoas necessitam do trabalho e as consequências depois, dentro da empresa, jamais serão benéficas para o funcionário.
Sim, há gente folgada que não quer trabalhar e fazem fitas e fitas. E sim, também há bons patrões (algures!). Mas, há realidades em que, por um misero ordenado mínimo, se fazem horas e horas, se fazem kms e kms, se esgota mentalmente o funcionário e ainda se manipula a sua vida em prol da empresa... E infelizmente, em muitos locais!
Eu mesma já vivi isso. Em que teria de estar 24h/7 disponível, sem folgas, sem férias, sem vida...