Há clientes e clientes...
Devo dizer que, em parte, suportam-se melhor os clientes estrangeiros do que os emigrantes. (Não estou a generalizar nem a implicar. Apenas acontece mesmo. E digo isto mesmo tendo grande parte da minha família emigrada. Volto a repetir que nada tenho contra emigrantes! )
Passo a exemplificar uma das situações de Domingo:
Restaurante perto do rio, 36Cº, 50 pessoas ainda para atender. Entre essas 50 pessoas há um pouco de tudo mas, no momento, encontrava-me a servir duas mesas. Uma das mesas era de emigrantes e outra de um casal francês.
Diferenças?
-O casal francês tentava descobrir como se diziam as coisas em português - mesmo que isso significasse dizer "durráaaadá" (dourada) e eu até "arranhasse" um pouco de francês.Os emigrantes simplesmente nem falavam português.
-O casal francês chamava-me somente para fazer o pedido. Os emigrantes chamaram-me porque queriam saber como era o peixe, de que tamanho, se cheirava "bem", qual a diferença entre eles, se a carne era bem ou mal passada, se era do lombo, se a vaca pastava em prados verdejantes, porque queriam uma coca-cola, porque afinal queriam um sumol, mas finalmente preferiam antes uma água. Basicamente eu ia buscar algo, chegava perto deles e pediam outra coisa... o cúmulo foi quando, depois de abrir uma garrafa de vinho tinto disseram que afinal queriam branco.
- O casal francês pediu a sobremesa e café. Os emigrantes pediram sobremesas e fizeram o mesmo que com as bebidas, ou seja, era trazer e voltar para alterar o pedido. Pediram cafés: um curto, um cheio, um pingado, um em chávena fria, um com cheirinho, etc...
-No fim o casal francês deixou uma gorjeta de quase 5€. Os emigrantes deixaram papeis de gelados espalhados pelo chão, guardanapos enfiados nos copos, talheres espalhados na mesa.
(imagem retirada daqui)
Atenção, nada contra emigrantes. ALiás, até admiro quem consiga lutar pela vida mesmo sendo longe.