Cicatrizes da minha vida #7
Sabem quando vocês pensam que as coisas más vos acontecem sempre a vocês? Eu penso nisso todos os dias! Não há um dia em que não faça uma nódoa negra ou alguma cicatriz... Não há um dia em que não dê algum mau jeito ou que parta algo!
Esta cicatriz que vos vou contar, foi provocada por pura estupidez da minha parte. Já vão perceber porquê...
Em 2008, encontramos um gato na rua. Ora, lá em casa há (quase) sempre espaço para mais um! Uns dias seguintes ao Miki estar finalmente instalado e confortável, decidi dar-lhe um banho. Até aqui não correu mal. O pior foi que ele tremia imenso e, apesar de ter o aquecedor ligado, tive pena do pequeno. Decidi que o deveria de secar... Com um secador! Olha que boa ideia da minha parte, não foi? Não! Assim que ouviu o secador saltou de onde estava e arranhou-me o braço no pulso. Fiquei com uma ferida enorme que começou a querer infectar. Toca a colocar betadine naquilo e a ir trabalhar. Como usávamos blusa e tínhamos o ar condicionado ligado tive de arregaçar as mangas um pouco e a ferida ficou à vista... Uma das clientes ficou preocupada:
-A menina está bem?
Eu fiquei a pensar o que se passaria mas respondi que sim...
-Se precisar de ajuda diga, sim? Sabe que eu venho aqui todos os dias. A vida é única e você é uma jovem tão bonita!
Comecei a reparar que toda a gente me olhava para os pulsos (principalmente para o que tinha a ferida)... As minhas colegas começaram a fazer perguntas e notei que andavam preocupadas. Percebi finalmente, quando uma falou comigo de forma mais clara, que a minha ferida dava a entender que tinha tentado cortar o pulso (só um!), ou seja, segundo elas eu tinha tentado suicídio!
Fiquei com uma cicatriz no pulso para me fazer recordar do Miki que já não está conosco.