Cicatrizes da minha vida...
(Por engano agendei este post para o mesmo dia da rubrica... Não foi intencional. Pelo que mudei para hoje. Peço desculpa a quem já tinha lido e comentado)
Para além das cicatrizes do acidente, tenho mais umas quantas, anteriores ao mesmo.
Uma delas foi feita no dia 20 de Dezembro de 2012. Recordo-me pois foi no dia em que fomos festejar os anos da besta do meu melhor amigo...
Pois bem, a Vânia aperaltou-se toda com um vestidinho e calçou as botas novinhas em folha. Como ele me mandou mensagem para descer (moro num 3ºandar), eu que não gosto de fazer ninguém esperar, mando uma corridinha. O certo é que o tacão da bota não gostou do piso e eu fui descer de um 3º andar para um 2º pelas escadas de uma maneira não tradicional. Pois bem, não me bastavam as dores imensas de ir a cheirar as escadas... Claro que não! Como é que cheguei à entrada do apartamento da vizinha? De perna aberta! E quem vinha a subir as escadas? O namorado da mesma vizinha.
-"Precisa de ajuda?"
-"Não. Obrigada. Eu estou bem." - e sorri a chorar por dentro (e se calhar por fora, nem sei!).
Desço as escadas a muito custo e vejo a minha besta a tocar no relógio. Digo que caí das escadas. Ele escangalha-se a rir e solta um "Porque é que eu nunca estou contigo nestas coisas?".
Ao jantar vou à casa de banho e vejo que as dores têm uma razão de ali andarem. Tinha a perna cheia de sangue. Com as collants pretas não se via mas estava lá.
Claro que não ia pedir ao meu amigo para ir para casa, no aniversário dele! Aguenta, Vânia! Aguenta!
Para me ajudar ainda mais, como bom amigo que é, embebeda-se durante a noite.
Passo a noite, numa disco, sentada com dores e ouço reclamações: "Não danças?! Porquê? Anda dançar... Porque é que não queres dançar? Hoje estás uma seca!"
Hoje em dia tenho uma cicatriz que me corre a perna do joelho até quase ao pé... Chamo-lhe "A Besta" em homenagem a ele.