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A Duquesa e o Gato ♠

"I'm worse at what I do best." ☆

19
Dez16

O teu cancro é nosso!

Quando ouvimos a palavra "cancro" todo o nosso sistema nervoso entra num estado de choque diário. Ouvir alguém dizer a um dos nossos que a sua saúde está fragilizada é das piores coisas que pode existir. Recordo-me como se tivesse sido ontem embora tivesse feito em Outubro 2 anos. Fui com o meu pai fazer um simples exame para a retirada de um pólipo e saí de lá num misto de emoções, o qual ainda hoje me custa explicar. Ouvir o médico dizer "tem aspecto maligno" é assustador.. Após um mês de exames e consultas, surgiu o diagnóstico...era cancro maligno! O meu pai estava a iniciar a sua luta contra este que é um dos monstros do século. Dividi-me entre o choque, o querer gritar, o querer chorar e o tentar manter-me calma por ele. Levei o meu pai a casa, sorrindo e dizendo que tudo iria correr bem, que era somente mais um desafio que iríamos enfrentar - embora por dentro me sentisse destruída e com medo. Deixei-o em casa e vi que, ao subir as escadas, umas lágrimas lhe escorreram pelo rosto. E foi aqui que desabei. Fiz 20 km's a chorar e a gritar até chegar a casa, enfiei-me no banho e chorei mais um bocado. Ao Marco só conseguia dizer " O meu pai tem cancro! O meu pai!". Não conseguia aceitar, acreditar ou até pensar em outra coisa. Passei uns dias em que esta realidade me estava a consumir... Não era justo, já tinha perdido amigos, primos, os meus avós, o meu padrinho e agora estávamos frente-a-frente com um cancro?! A sério, tinha de ser mesmo um cancro?! Não era justo acontecer com o MEU pai... Os porquês tomaram lugar nos meus dias e a revolta estava a querer ser a minha melhor amiga. Até que me lembrei de que isto não era sobre mim mas sim sobre ele. A luta dele estava a começar. E o meu pai era lá homem de desistir!

Em Dezembro foi operado e em Março iniciou a quimioterapia. Antes do tratamento meu pai não parava um dia em casa, não estava mais de 1hora a ver televisão, inventava sempre alguma coisa para fazer, o trabalho era o seu passatempo preferido. Aliás, durante o internamento da operação, lembrou-se de fazer uns projectos para construir em casa e se manter ocupado (ele é pedreiro) E claro,com a quimioterapia, foi-se abaixo. Teve uns dias em que estava bastante fragilizado. Podem perceber como me fez confusão vê-lo deitado no sofá, com frio em pleno Verão, sem forças. Chegou a ter dias em que iria fazer quimioterapia e os seus valores estavam demasiado baixos para poder fazer o tratamento... Acreditem, isso é assustador! Não consigo arranjar outra palavra para descrever o que sentia naquela altura. Estava assustada, era isso mesmo - assustada. Estava com medo de perder o meu pai, tinha medo que ele desistisse de lutar ou que a doença fosse mais forte do que ele. Embora conheça o meu pai e saiba que é um homem de força, o facto de termos tido familiares a morrerem da doença foi um fantasma nestes últimos 2 anos. A minha avó, mãe do meu pai, faleceu de cancro 2 anos antes de eu nascer.Como podem imaginar, isto assombra sempre uma família, por muito que nos tentemos esquecer desse lado. 

O seu último dia de quimioterapia foi uma vitória. Foi uma espécie de brisa marítima num deserto. Claro que ainda iriamos ter um caminho a percorrer, mas mais um passo estava dado. 

Todo o seu caminho percorrido e ainda por percorrer, não é só dele... é de todos nós. E, felizmente, posso dizer que nunca estivemos sozinhos. Tivemos o apoio de todo uma população, familiares e conhecidos. É tão importante sentirmo-nos amparados todos os dias, sentirmo-nos amados. Sabia que, se fosse preciso, qualquer um de nós poderia virar-se para qualquer lado e chorar, gritar, o que fosse. Sabia que as pessoas iriam compreender. Sabia que estavam ali para nos apoiar. Normalmente, quando há uma doença grave, tentamos não pensar na doença e sim na recuperação. Para tal acontecer, é claro que temos de nos manter positivos. E ajudava ter o telefone a tocar de hora a hora a perguntar como estava a correr tudo e a oferecer uma mão. Não, não era pena. Era amor. Era preocupação. Ainda o é. Posso dizer que fomos abençoados em viver onde vivemos (os meus pais) e conhecer as pessoas que conhecemos... E agradeço-lhes tanto por isto! 

Por isso mesmo, digo que o cancro do meu pai não é só dele...é nosso! 

 

16
Dez16

Gente simpática é outra coisa

Não sou pessoa de preconceitos, não gosto que julguem as pessoas todas por o que umas outras fizeram mas confesso que há determinadas tradições e tretas do género que me fazem urticária...Contudo, não gosto de dizer que TODOS são assim. Embora brinque com algumas situações relativamente á etnia cigana e também não seja de acordo com algumas coisas que membros dessa etnia praticam, conheço alguns que são pessoas trabalhadoras e bastante esforçadas, que vivem em sociedade e que nem eles mesmos são a favor dos privilégios dados aos outros. (trabalhei com um durante um ano e acreditem que é uma pessoa muito humana e todos gostamos imenso dele e da família)  No titulo iria brincar e colocar "Há ciganas simpáticas..." mas, tive medo. Epah. Ter medo é humano, não é?

Ora bem, estava eu a trabalhar, com os olhos nas chávenas do café, quando ouço:

-Ah Vânia. A menina está aqui?! -era uma das ciganas que vivem na minha zona. - Estás tão mais magra!

Pronto. Fiquei radiante e ainda disse que não estava nada mais magra só para que ela me dissesse que sim.  E ainda dizem que os ciganos são maus...

14
Dez16

Lençóis de elástico - o drama de uma Lady quase doméstica

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Não sei se é só comigo - pela imagem parece-me que não - mas ODEIO dobrar estes lençóis de elástico. Acontece que, quando o Marco comprou a casa, a mãe dele lhe ofereceu um número considerável deles. Achei que seriam práticos e bastante simples... uma OVA! Embora já tenha visto 2438736 vezes vídeos onde "ensinam" a dobrar estes maganos, eu não consigo! Estou destinada a nunca conseguir dobrar estas coisas do diabo. Aliás, o problema começa em coloca-los na cama... O Gucci às vezes ainda me tenta ajudar, pelo que é uma tarefa um bocado mais complicada. Ela põe de um lado, salta do outro. Põe esse lado, quando vai para o outro o que estava colocado lá salta.E assim, repetidas vezes... Depois para tirar, tiram-se bem. Lavar e secar é um espectáculo (mesmo os polares). Mas, passar a ferro e dobrar é um pesadelo! Agora exliquem-me, quem inventou isto teve que objectivo? 

(Não adianta mandarem-me vídeos que já os vi todos. )

13
Dez16

A Vânia no Hospital...

Começou a saga de Inverno... Como comecei a tomar a medicação contra a gripe muito tarde, apanhei uma daquelas valentes! 

Andei dias aflita da asma mas, como sou meio parva, decidi esperar que a coisa passasse sozinha. No Domingo, a rapariga do restaurante pediu-me se poderia ir fazer umas horas pois não tinha ninguém para ser vir à mesa. Lá foi a Vânia. No fim do dia, comecei a sentir-me pior e decidi ir lá ao hospital ver se a máscara de aerossol ainda me servia. Fui à triagem, a enfermeira simplesmente "adivinhou" o que se passava e até brincamos com a situação como duas boas asmáticas que acabaram de se conhecer. Chamada de imediato ao gabinete, ia-me ainda a rir da enfermeira e o "Sô dôtor", novinho, giiiiro que se fartava olhou para mim enquanto atravessava o gabinete (que me pareceu enorme), entre fungos e tossidelas e diz-me ele:

-Você tem a certeza de que vem para o hospital? É a primeira utente que vejo chegar aqui a rir-se. Normalmente as pessoas aqui não se riem muito. 

Sorriu, auscultou-me e essas coisas todas que se fazem para ver como estão os meus pulmões de piriquito e acompanha-me á salinha onde estavam os enfermeiros para me colocarem a fazer os aerossois. 

-Desculpem perguntar, mas acham que o tratamento vai demorar muito tempo? -perguntei eu.

-A menina sabe que pode pedir justificação para o trabalho lá na recepção, não sabe?! 

-Sim, sei.

-Então... Tem alguma coisa combinada?

-É que vai dar o Benfica. - disse eu um bocadinho a medo embora quisesse muito ver o jogo.

Riram-se os 4 e eu aproveitei e ri-me um bocado enquanto pensava se precisaria de levar medicação pela veia pois da última vez saí de lá com uma mão negra. (Sim, já aqui disse que tenho medo de agulhas e sou o pesadelo de todos os enfermeiros.)

-Vou ter de fazer mais alguma coisa além de me armar em Darth Vader? -perguntei a medo, o que os fez logo perceber o que se passava...

 Levaram-me para uma sala e dizem que fico sozinha de castigo até irem buscar tooooda a medicação - fizeram mesmo a entoação no "tooooda". Toca a colocar uma máscara verde e transparente e brincar mais um bocadinho com o coração frágil da Vânia. Acabei por só fazer máscara mas os malvados enganaram-me bem e passei meia hora a tremer quando via algum deles chegar. Lagartos! 

 

02
Dez16

Eu e o supermercado...

Onde moro há 3 supermercados mas, como eu sou fiel ao ''tio Belmiro'' e até gostei imenso de trabalhar para ele, a minha primeira opção é sempre o Continente. (Olha ela bonitinha a fazer publicidade!) Confesso que é onde me sinto mais ''em casa''. Há uns dias reparei que o meu desodorizante estava a acabar e, antes que acabasse e ficasse a cheirar mal das axilas (não escrevi sovacos!), fui ao Continente. Chego a casa, arrumo tudo o que comprei e...faltava o desodorizante! No dia seguinte, lá voltei. Trouxe shampos, sumos, carne e...nada de desodorizante! Voltei num terceiro dia, com o intuito de SÓ comprar o desodorizante. Encontrei uma amiga e acabamos por estar às compras juntas. Se eu vos disser que voltei a esquecer-me do desodorizante, acreditam? Voltei nesse mesmo dia (fica a uns 200m de casa) antes que continuasse nesta roda de compras... desta vez veio o desodorizante e ainda estava a 50% de desconto. 

 

Mais sobre a desgraçada.

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